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As condições de trabalho alarmantes dos médicos residentes na parte alemã da Suíça 🇨🇭

  • Foto do escritor: Janine Diniz Fortuna
    Janine Diniz Fortuna
  • 20 de mar.
  • 2 min de leitura

Uma pesquisa realizada pelo jornal suíço NZZ na parte alemã da Suíça revelou dados alarmantes sobre os médicos residentes no país. (Na Suíça, o termo "médico assistente" equivale ao "médico residente", ou seja, um médico em formação).

O estudo mostra que os médicos assistentes estão sob imensa tensão e pressão, a qualidade da formação está diminuindo, e os hospitais estão presumivelmente violando sistematicamente a legislação trabalhista. Isso tem consequências tanto para os médicos quanto para os pacientes, pois o risco de erros aumenta devido ao excesso de trabalho. Além disso, a desistência de médicos durante a residência representa um alto custo para o sistema de saúde, que já enfrenta sobrecarga e está cada vez mais próximo do colapso.

Muitos médicos trabalham onze horas ou mais por dia. Uma das cerca de 4.500 pessoas que participaram da pesquisa do NZZ é Emma Welti (nome fictício). Assim como as outras entrevistadas, a jovem médica prefere permanecer anônima, temendo represálias por expressar críticas ao sistema.

Essa não é a primeira experiência de Welti como médica assistente. Ela já trabalhou em diversas especialidades, em hospitais pequenos e grandes por toda a Suíça. Por isso, conhece bem a rotina intensa e exaustiva. "Eu trabalho regularmente mais de 10 horas por dia", afirma. E ela não é uma exceção; pelo contrário, quase 40% dos médicos assistentes trabalham mais de 11 horas diárias.

De acordo com o Código do Trabalho Suíço, uma jornada superior a 50 horas semanais só é permitida em casos excepcionais, e essa regra também se aplica aos hospitais. Desde 2005, os médicos assistentes são regidos pela Lei do Trabalho na Suíça, o que significa que têm contrato formal, mas seguem em formação sob supervisão.

Apesar disso, muitos deles já possuem uma carga horária contratual de 50 horas semanais, mas frequentemente precisam cumprir jornadas extras. Segundo a pesquisa, dois terços dos médicos relataram que as horas máximas permitidas já são ultrapassadas dentro do tempo normal de trabalho, conforme estipulado no contrato.

Os participantes da pesquisa apontam duas principais razões para a necessidade de horas extras: a carga excessiva de trabalho e a burocracia. Emma Welti compartilha sua experiência: "Apenas cerca de 30% do meu dia consiste em atividades médicas. Os outros 70% são ocupados por telefonemas e redação de relatórios". A falta de digitalização no setor da saúde também agrava a situação, e muitos entrevistados reclamam de sistemas informáticos obsoletos.

Formar um médico na Suíça custa cerca de 1,3 milhão de francos suíços brutos ao país. Isso significa que formar um profissional de saúde representa um grande investimento.

Atualmente, 67% dos médicos especialistas na parte alemã da Suíça são formados em um país da União Europeia, e esse número cresce a cada ano, tornando-se uma solução menos onerosa para o sistema suíço.


Para acessar a matéria completa em alemão, clique aqui.

 
 
 

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