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A dura verdade por trás do “mundo Disney” prometido para médicos na Europa

  • Foto do escritor: Janine Diniz Fortuna
    Janine Diniz Fortuna
  • 30 de mar.
  • 2 min de leitura

Há algo que me preocupa profundamente: parece que há pessoas que realmente gostam de ser enganadas.

Vivemos uma era em que promessas irreais ganham mais espaço do que alertas sinceros. É quase como se a ilusão fosse mais confortável do que a realidade. Médicos acreditando em processos rápidos e fáceis, em salários de 10 mil euros líquidos, em carreiras internacionais onde não precisam sequer falar o idioma local. Tudo isso vendido por perfis bonitinhos e empresas que prometem um "mundo perfeito" – onde a vida como médico na Europa é simples, rica e sem esforço.

Só que não é.

Nem mesmo os profissionais locais conseguem, com frequência, alcançar esses valores astronômicos. A realidade da medicina europeia exige sim: tempo, esforço, estudo, burocracia, adaptação cultural e, acima de tudo, responsabilidade.

O mais triste é que, quando alguém tenta alertar, mostrar os bastidores e trazer dados reais, vira o vilão da história. O culpado passa a ser quem avisa, e não quem engana. Não se pode denunciar, expor ou simplesmente falar a verdade, porque você se torna o incômodo, o pessimista, o que "não quer ver o outro crescer".

E aí eu pergunto: até quando?

Precisamos nos unir. Criar redes sérias de apoio, talvez até dentro do Brasil, por meio de associações e sociedades médicas. É urgente um movimento de conscientização real, antes que mais sonhos sejam destruídos por falsas promessas.

Informação séria não é desânimo, é proteção.


A ilusão do fácil: por que insistimos em acreditar no “Miojo” da vida profissional?

É curioso como muitos de nós acabamos nos sabotando ao escolher acreditar apenas no que é rápido e fácil. Parece que, quando o caminho exige mais tempo, esforço ou preparo, ele automaticamente é descartado como “difícil demais” — mesmo que seja o único caminho real.

Vivemos na era do imediatismo. Três minutos e o miojo tá pronto. Um clique e a vaga na Europa tá garantida. Uma DM e o diploma tá validado.

Mas a vida profissional — ainda mais na medicina — não é miojo.

E o que mais dói é ver pessoas inteligentes, capacitadas, com formações sólidas, se deixando levar por promessas vazias porque querem acreditar nelas. No fundo, muitos já sabem que estão comprando uma ilusão, mas seguem mesmo assim. Como se fosse melhor se frustrar depois do que encarar a verdade agora.

Isso é autossabotagem.

É quando o desejo de fugir do esforço se torna maior do que o desejo de construir algo real. E aí surge o ciclo: a pessoa é enganada, se frustra, não avisa os outros, e a roda continua girando.

Precisamos falar disso com mais coragem. Sair do silêncio. Criar espaços onde possamos discutir o que é verdade e o que é ilusão. E mais do que isso: valorizar os caminhos reais, mesmo que não sejam rápidos, mesmo que não sejam fáceis.

Porque no fim das contas, é melhor um prato feito com tempo, dedicação e ingredientes de verdade do que um Miojo que promete muito e alimenta pouco.

 
 
 

2 komentarze


Luciana Minati
Luciana Minati
31 mar

Excelente e importante publicação, Janine!

Polub

Marcos Salgado de Pádua
Marcos Salgado de Pádua
30 mar

O mundo atual está tomado por esse imediatismo fácil do miojo, a própria medicina... quantos não estão atualmente optando por pós graduações mais rápidas e fáceis no lugar das residências médicas demoradas e sacrificantes... o próprio paciente hoje prefere se iludir com perfis sofisticados nas redes cheios de promessas miojo, não querem encarar o tratamento correto que muitas vezes envolve dedicação ativa e sacrifício por parte dos pacientes.

Polub
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